O projeto Cidade Inteligente de Goiânia, conduzido por meio da Parceria Público-Privada (PPP) firmada entre a Prefeitura e o consórcio Brilha Goiânia, conquistou reconhecimento internacional ao se tornar um dos cinco finalistas do Prêmio de Infraestrutura e Parcerias Público-Privadas da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE).
A premiação, que integra as iniciativas da Organização das Nações Unidas (ONU) voltadas para o desenvolvimento sustentável, selecionou cinco propostas entre 113 inscritas de diferentes partes do mundo — Senegal, Sérvia, Estados Unidos e Uzbequistão completam a lista. O resultado será divulgado em 16 de maio, durante o 9º Fórum Internacional de PPPs, em Belgrado, na Sérvia.
A UNECE, braço da ONU que fomenta a integração econômica entre países da Europa e de outras regiões, destaca projetos que estejam alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Neste ano, a premiação prioriza iniciativas que promovam transformações digitais e sustentáveis. O reconhecimento da proposta goianiense ressalta não apenas a inovação tecnológica da PPP, como também a amplitude de seus impactos sociais e ambientais.
Firmado em 2023, o projeto Cidade Inteligente prevê investimentos superiores a R$ 1,4 bilhão ao longo de 25 anos, tornando-se o maior da história de Goiânia no setor de infraestrutura urbana. O objetivo central da PPP é modernizar a iluminação pública da capital, reestruturar a infraestrutura de telecomunicações e implantar sistemas de geração de energia limpa. A transformação deve alcançar cerca de 150 mil pontos de iluminação e criar uma rede robusta de videomonitoramento com mais de 1,8 mil câmeras espalhadas por toda a cidade.
Após anos sem grandes atualizações, o parque de iluminação da cidade operava com equipamentos obsoletos e pouca eficácia, gerando altos custos e baixa eficiência. Além disso, a atual rede de telecomunicações é fragmentada e limitada em capacidade. Com a modernização em curso, iniciada em fevereiro deste ano, Goiânia caminha para se consolidar como referência em cidades inteligentes na América Latina.
Outro ponto de destaque é a construção de três usinas fotovoltaicas, que atenderão diretamente a órgãos públicos municipais, reduzindo a dependência da rede elétrica tradicional e promovendo o uso de energia limpa. Em 2025, estão previstos mais de R$ 200 milhões em aportes, com foco na consolidação da infraestrutura tecnológica, instalação de equipamentos e ampliação da conectividade pública.
Os ganhos vão além da infraestrutura. O projeto viabiliza uma transformação digital que promete ampliar a integração entre as forças de segurança pública — municipais, estaduais e federais — e proporcionar maior inclusão digital à população, com mais de 70 pontos de internet rápida e gratuita em espaços públicos da capital.
Além dos benefícios sociais, os efeitos econômicos e ambientais também são significativos. A economia anual com energia elétrica será superior a R$ 40 milhões para a Prefeitura, aliviando o orçamento público e permitindo novos investimentos em áreas essenciais. Estima-se ainda uma redução de 480 toneladas anuais na emissão de dióxido de carbono (CO2), colaborando com o compromisso ambiental da capital.
Para o prefeito Sandro Mabel, o reconhecimento da ONU é uma chancela da relevância da iniciativa. “O Brilha Goiânia não é apenas uma obra de infraestrutura. É um salto tecnológico, econômico e social que coloca Goiânia no radar das cidades do futuro”, afirmou durante o lançamento oficial do projeto.
O consórcio Brilha Goiânia é responsável pela execução, operação e manutenção dos serviços durante os 25 anos de vigência da PPP, em modelo que alia eficiência da gestão privada ao interesse público. O contrato prevê acompanhamento rigoroso das metas e indicadores de desempenho, garantindo transparência e compromisso com os resultados.
Com a candidatura entre as melhores do mundo em infraestrutura e sustentabilidade, a capital se projeta internacionalmente como exemplo de inovação urbana. O resultado da premiação da UNECE pode não apenas coroar a iniciativa, mas também inspirar outras cidades brasileiras a adotarem modelos mais eficientes e sustentáveis de gestão urbana.
(Foto: Secom)
Fonte:
O Hoje.com